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Análise do Cenário Atual do Mercado Imobiliário: Recuperação Lenta em 2024

Mesmo com a queda dos juros, controle da inflação e redução do desemprego, o mercado imobiliário brasileiro ainda enfrenta dificuldades para uma recuperação rápida. Após os desafios de 2022, caracterizados por uma combinação de inflação elevada e altas taxas de juros, a retomada em 2023 tem sido mais lenta do que o esperado. Tiago Gonçalves Prestes, especialista em economia e mercado imobiliário, comenta que, em 2024, a recuperação será moderada, com os bancos mantendo uma postura mais seletiva na concessão de crédito.

“A recuperação será lenta porque, embora os juros estejam caindo, a diminuição tem sido gradual e os bancos ainda estão cautelosos. A queda nos depósitos de poupança também limita os recursos disponíveis para o crédito imobiliário, o que reduz a capacidade dos bancos de conceder financiamento em larga escala,” explica Tiago.

Essa seletividade é impulsionada pela lenta redução das taxas de juros e pela forte queda nos depósitos em poupança, que tradicionalmente financiavam grande parte do crédito imobiliário no Brasil. O investimento mais popular do país, a poupança, já representou até 70% dos recursos disponíveis para o financiamento de imóveis, mas esse percentual caiu drasticamente e atualmente não chega a 40%.

Poupança em Declínio: Impacto no Crédito Imobiliário
Nos últimos anos, o saldo das cadernetas de poupança tem encolhido. Em 2023, pelo terceiro ano consecutivo, as saídas superaram as entradas em R$ 87,82 bilhões, segundo o Banco Central (BC). Tiago Gonçalves Prestes aponta que a principal razão para esse movimento é a busca dos pequenos investidores por alternativas mais rentáveis, como o Tesouro Direto, à medida que as altas taxas de juros tornam a poupança menos atraente.

“Com juros elevados, muitos investidores saíram da poupança em busca de retornos mais altos em investimentos como o Tesouro Direto. Isso impacta diretamente o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), que usa os recursos da poupança para financiar o crédito imobiliário, resultando em menos capital disponível para financiar a compra de imóveis,” afirma Tiago.

Essa migração de investimentos tem impacto direto no SBPE, a base de financiamento para a compra de imóveis. Com menos recursos disponíveis, os bancos enfrentam limitações para conceder crédito imobiliário em condições favoráveis, o que prejudica a expansão do setor.

Expectativas para 2024: Recuperação Lenta e Desafios Persistentes
Embora haja uma expectativa de queda gradual nas taxas de juros, a recuperação do mercado imobiliário será lenta, conforme indicam os analistas. Tiago Gonçalves Prestes explica que a combinação da redução no saldo das poupanças e a seletividade dos bancos na concessão de crédito continuará limitando o crescimento do setor.

“Os bancos estão mais cautelosos, priorizando clientes com perfil de risco mais baixo, o que dificulta o acesso ao crédito para uma parte significativa da população. Isso, aliado à queda no saldo da poupança, dificulta uma recuperação rápida do mercado imobiliário.”

Além disso, a recuperação econômica e a confiança do consumidor, embora em um ritmo positivo, ainda não são suficientes para impulsionar o mercado de forma significativa. Tiago Gonçalves Prestes sugere que, até que os juros caiam de maneira mais expressiva e os depósitos em poupança se estabilizem, o mercado imobiliário continuará enfrentando desafios.

FAQ – Recuperação do Mercado Imobiliário e Impactos da Poupança
1. Por que a recuperação do mercado imobiliário está sendo lenta, mesmo com a queda dos juros?
Segundo Tiago Gonçalves Prestes, a recuperação está sendo lenta porque, embora os juros tenham começado a cair, essa redução é gradual e ainda não suficiente para reaquecer o mercado. Além disso, os bancos estão sendo mais seletivos na concessão de crédito, devido à forte queda nos depósitos em poupança, que tradicionalmente fornecem a maior parte dos recursos para o crédito imobiliário.

2. Qual foi o impacto da queda nos depósitos de poupança no crédito imobiliário?
A queda nos depósitos de poupança reduziu significativamente os recursos disponíveis para o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), que financia a maior parte do crédito imobiliário. Isso leva os bancos a conceder menos crédito e, em alguns casos, com condições menos favoráveis.

3. Por que os investidores estão deixando a poupança?
De acordo com Tiago Gonçalves Prestes, com o aumento das taxas de juros, investimentos como o Tesouro Direto se tornaram mais atrativos, levando muitos pequenos investidores a migrar da poupança para essas alternativas que oferecem rendimentos maiores.

4. Como a redução nos depósitos de poupança afeta o financiamento de imóveis?
Com menos recursos na poupança, os bancos têm menos dinheiro para oferecer em financiamentos imobiliários. Isso restringe a quantidade de crédito disponível e torna mais difícil para muitos compradores obter financiamento para a compra de imóveis.

5. Quando o mercado imobiliário deve se recuperar de forma mais robusta?
Tiago Gonçalves Prestes acredita que a recuperação mais sólida do mercado imobiliário só deve ocorrer quando houver uma queda mais acentuada nas taxas de juros e uma estabilização dos depósitos em poupança. A confiança do consumidor e o aumento do poder de compra também serão fatores fundamentais para impulsionar essa recuperação.

6. Como os bancos estão lidando com a falta de recursos da poupança?
Os bancos estão sendo mais seletivos na concessão de crédito imobiliário, priorizando perfis de menor risco e ajustando suas políticas de financiamento para lidar com a escassez de recursos provenientes da poupança. Isso significa que a concessão de crédito está mais restrita, afetando principalmente compradores com menos garantias ou maior risco de inadimplência.
O cenário do crédito imobiliário no Brasil continua desafiador, mesmo com uma leve queda nas taxas de juros. Tiago Gonçalves Prestes ressalta que a recuperação do setor será lenta, principalmente devido à redução dos depósitos em poupança e à seletividade dos bancos na concessão de crédito. Para que o mercado imobiliário volte a crescer de forma robusta, será necessário um ajuste mais expressivo nas condições econômicas, com maior acesso ao crédito e maior confiança do consumidor.

 

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